sábado, 3 de setembro de 2011

Crianças nascidas de cesárea têm 8 vezes mais risco relativo de morrer.


O risco relativo de morte em crianças nascidas de cesariana é oito vezes maior do que em bebês trazidos à luz por parto normal. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que analisou mortes de 569 crianças menores de 1 ano. Os casos estudados ocorrem em um período de 10 anos. O trabalho foi desenvolvido por Denise Albieri Jodas, para uma dissertação de mestrado em Enfermagem, sob orientação de Maria José Scochi, doutora em Saúde Pública.

Maria José afirma que uma explicação para o resultado da pesquisa está no fato de que, na cesárea, o feto nem sempre está pronto para nascer, como ocorre no parto normal. “Quando uma criança nasce de parto normal, ela está pronta, com o corpo preparado. É importante que a mulher que escolher a cesárea tenha em mente que os riscos são maiores”.
Ela acrescenta que, mesmo que não venham a óbito, crianças tiradas do útero materno antes do tempo podem sofrer problemas diversos, como a má-formação de órgãos. “A última parte da criança que se desenvolve é o pulmão, que, quando tirado antes do tempo, pode apresentar problemas. Crianças assim terão mais riscos de desenvolver pneumonia”.

Segundo a pesquisadora Denise Albieri Jodas, o objetivo da pesquisa foi encontrar informações sólidas nos casos de mortes de crianças menores de um ano para aprimorar a assistência prestada às mães e aos bebês. “Dos casos que investigamos, 65,9% representaram óbitos neonatais. Isso prova que os óbitos neonatais são aqueles de maior frequência e merecem uma atenção especial. Percebemos com os casos que o parto cesariano pode ocasionar a síndrome de angústia respiratória e prematuridade iatrogênica no recém-nascido, além de infecções puerperais, embolia pulmonar, íleo paralítico, hemorragias, reações indesejáveis da anestesia na mãe. Conclui-se que o parto cesariano só é interessante quando existem riscos para a mãe, feto ou ambos, antes ou no decorrer do trabalho de parto”.
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) reconhece os riscos que as cesarianas oferecem aos bebês e defende o procedimento natural, sempre que possível. “O parto normal estima o funcionamento dos órgãos da criança”, explica o obstetra e presidente da delegacia de Maringá do CRM, Natal Domingos Gianotto.
A pesquisa desenvolvida em Maringá foi concluída em janeiro deste ano e enviada, para publicação, a revistas cientificas nacionais. Os dados coletados correspondem a mortes ocorridas entre 1996 e 2006, em hospitais de Maringá. Para tabular as estatísticas, a pesquisadora se valeu de uma epidemiologia matemática, o que a permitiu chegar ao índice de risco relativo.
O conceito de risco relativo é utilizado para relacionar a probabilidade de um evento acontecer em um determinado grupo, na comparação com outro. No caso da relação entre os tipos de parto, o índice foi obtido pela comparação entre os números de óbitos de cada uma das duas modalidades.
Apesar de os dados coletados serem apenas de Maringá, a pesquisadora afirma que a conclusão pode ser tomada como base para todo o país.
Para CRM, pais ainda não conhecem o perigo
O obstetra e presidente da delegacia de Maringá do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Natal Domingos Gianotto, diz que a cesariana trouxe comodidade aos médicos e aos pais, mas muitos não conhecem os riscos a que se expõem, até por falta de orientação dos profissionais.
“É muito mais cômodo para o médico fazer o parto cirúrgico, porque há um horário agendado e o procedimento é mais rápido. Cabe ao obstetra orientar cada paciente e explicar os riscos, como a própria pesquisa da UEM apontou. Mas já percebemos que os profissionais não fazem isso, na prática, o que é totalmente errado. Em reuniões sempre orientamos os profissionais a prezarem pela vida e pela saúde das crianças”, diz Gianotto.
Ele diz que muitas mães chegam às clínicas com opinião formada e decididas a fazer o parto cirúrgico. Em alguns casos, segundo ele, fica praticamente impossível reverter a posição dos pais. “Com o passar dos anos, houve uma inversão de valores. A mulher não quer perder tempo nem sentir dor. Algumas chegam à clínica com data marcada para o nascimento e até com fotógrafo agendado. Um absurdo”.
O parto cirúrgico, segundo Gianotto, pode apenas ser recomendado a pacientes com contra indicação ao parto normal. “A cesária só deve ser feita quando a paciente não pode ganhar o bebê pelos procedimentos normais, como em casos de ausência de dilatação e descolamento de placenta”.
Dados do Ministério da Saúde apontam que as cesáreas representam 80% dos partos realizados na rede particular do país.


Acesse o link abaixo e veja a entrevista





IMPORTANTE: Já ouvi muitas gestantes que se submeteram a uma cesariana alegando que não tiveram passagem (dilatação)... Só sabemos que a mulher não tem dilatação durante o trabalho de parto. É preciso entrar trabalho de parto primeiro, ok meninas? ;)

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