O parto na água ainda é um grande tabu para a maioria dos médicos e maternidades do Brasil. Por ser uma alternativa pouco conhecida por aqui, costumar estar envolta numa aura de mistério e cercada de mitos sem nenhum fundamento científico. Conheça alguns deles.
Mito nº 1 – O bebê pode se afogar.
Não é verdade. O bebê está imerso em líquido no interior do útero. Quando o parto acontece dentro d’água, ele passa suavemente de um meio líquido para outro. No tempo em que está submerso, que se resume a alguns instantes, o recém-nascido continua recebendo oxigênio por meio do cordão umbilical. Logo após o nascimento, o médico, a parteira ou a própria mãe o trazem à superfície. O contato com o ar dispara o primeiro choro. Só então seus pulmões começam a funcionar.
Mito nº 2 – Não há estrutura para esse tipo de parto nas maternidades brasileiras.
Desculpa esfarrapada. O que falta no Brasil são médicos que saibam acompanhar esse tipo de parto. Mesmo porque não há necessidade de estrutura especial. Mundialmente conhecido por sua atuação em prol da humanização da assistência ao parto e autor de vários livros sobre o tema, o obstetra francês Michel Odent introduziu o uso da água no trabalho de parto para atender a um desejo recorrente das mulheres que davam à luz na maternidade pública de Pithiviers, na França, onde era diretor. Odent e sua equipe começaram a realizar partos na água de maneira provisória, numa piscina de plástico. Somente depois foi instalada uma banheira redonda, grande, embutida no chão. No Brasil, muitos partos domiciliares acontecem em banheiras infláveis próprias para essa finalidade, como a La Bassine, da marca inglesa Made in Water, ou de forma improvisada, em qualquer piscina infantil.
Mito nº 3 – Há risco de contaminação, pois as banheiras não são higienizadas adequadamente.
Embora seja um discurso comum, a contaminação não encontra respaldo na realidade. No livro O renascimento do parto, Michel Odent relata que nunca se deparou com infecções ou complicações associadas ao parto dentro d’água em sua experiência à frente da maternidade de Pithiviers. “Os germes perigosos não estão na água de torneira. A mãe e o bebê, que partilham dos mesmos anticorpos, têm uma resistência especial aos germes que circundam o corpo da mãe”, escreveu o obstetra em Água e sexualidade.
Se você pensa em ter um parto na água, é importante considerar o seguinte:
1. Pouquíssimos profissionais oferecem esse tipo de assistência no Brasil, ainda restrito aos médicos e enfermeiras que seguem a linha humanizada. Quando questionados sobre essa possibilidade, os obstetras convencionais costumam desencorajar ou mesmo ridicularizar essa prática, ainda que com base em crenças e argumentos questionáveis.
2. O uso da água no trabalho de parto não combina com o pacote de intervenções presentes no parto normal hospitalar padrão, como administração de sorinho (ocitocina sintética), o monitoramento fetal eletrônico contínuo (cardiotocografia), a anestesia e a episiotomia. Se o profissional afirmar que faz parto na água e ao mesmo tempo demonstrar que não abre mão desses procedimentos de rotina, há algo errado em seu discurso.
3. A maioria dos hospitais brasileiros não aceita o parto na água. O fato de dispor de suíte de parto normal com banheira não significa que você possa ter o bebê dentro d’água.
4. O melhor é encarar o parto na água como uma possibilidade, não um objetivo: há mulheres que têm esse sonho e, quando chega a hora, não se sentem confortáveis para dar à luz no meio líquido. “A atração pela água durante o trabalho de parto varia consideravelmente de uma mulher para outra e não pode ser medida nem prognosticada. Não há nenhum paralelo com a atração pela água na vida diária”, ensina o obstetra francês Michel Odent no livro Água e sexualidade, leitura fundamental para quem se interessa pelo assunto.
2. O uso da água no trabalho de parto não combina com o pacote de intervenções presentes no parto normal hospitalar padrão, como administração de sorinho (ocitocina sintética), o monitoramento fetal eletrônico contínuo (cardiotocografia), a anestesia e a episiotomia. Se o profissional afirmar que faz parto na água e ao mesmo tempo demonstrar que não abre mão desses procedimentos de rotina, há algo errado em seu discurso.
3. A maioria dos hospitais brasileiros não aceita o parto na água. O fato de dispor de suíte de parto normal com banheira não significa que você possa ter o bebê dentro d’água.
4. O melhor é encarar o parto na água como uma possibilidade, não um objetivo: há mulheres que têm esse sonho e, quando chega a hora, não se sentem confortáveis para dar à luz no meio líquido. “A atração pela água durante o trabalho de parto varia consideravelmente de uma mulher para outra e não pode ser medida nem prognosticada. Não há nenhum paralelo com a atração pela água na vida diária”, ensina o obstetra francês Michel Odent no livro Água e sexualidade, leitura fundamental para quem se interessa pelo assunto.

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