Há algum tempo não tenho feito posts por falta de tempo mesmo...muito trabalho...Mas hoje trago um vídeo acerca da violência obstétrica que muitas mulheres sofrem caladas. Caladas pelo medo, caladas, pelo imperativo do saber científico, caladas pela falta de conhecimento dos seus direitos...Depoimentos emocionantes das mulheres e suas dores...porque essas são dores da violência velada e institucionalizada.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
Encontro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da Bahia
Por Théo Oliveira
Aconteceu nos dias 31 de maio e 01 de junho de 2012 o I Encontro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da Bahia realizado na Universidade UniJorge, Salvador-Ba. O tema central do encontro discutia a implantação da Rede Cegonha no estado baiano. Foi possível durante as discussões conhecer mais sobre o programa, sua forma de operacionalização, as possibilidades e seus entraves.
Na mesa de abertura do evento participaram a diretoria da ABENFO - BA (Associação Brasileira de Enfermagem Obstétrica e Neonatal), o presidente da ABENFO nacional, o Prof. Herdy Alves, uma representante da área técnica de saúde da mulher do Ministério da Saúde, e enfermeiros que coordenam a Rede Cegonha na Bahia e em Salvador. No discurso de abertura, a presidente da ABENFO-BA falou acerca das atribuições do enfermeiro, da Rede Cegonha como marco político e social e da necessidade de união entre os profissionais de saúde nas diversas categorias.
Enf. Rita Calfa, presidente de ABENFO-BA no discurso de abertura
Os debates e discussos forma bastantes enrriquecedores. Particularmente, foi possível se emocionar, encher os olhos de esperança e reacender a chama de Florence Nightingale: a do cuidado e do amor ao próximo. Foi muito bom comungar com diversos atores que refletem e trabalham a favor da saúde da mulher, da maternidade segura e da construção diária por um sistema de saúde digno da grandeza do nosso povo.
Participei de uma mesa redonda na qual discutiamos modelos de atenção ao parto e nascimento como métodos para qualificar o cuidado. Na oportunidade, apresentei o trabalho que desenvolvemos na Maternidade Municipal de Juazeiro e pude dialogar vivências com outros enfermeiros que atuam na Maternidade Tsylla Balbino e no Centro de parto Normal da Mansão do Caminho, ambas instituições de Salvador.
Discutiu-se por fim, o papel da enfermagem e sua contribuição para a (re)construção de um modelo obstétrico menos medicalizado e voltado ao reconhecimento da individualidade, das necessidades e da capacidade de cada mulher lidar com seu processo parturitivo. Ademais, de reconhecer a gestação como instância fisiológica da natureza feminina e acreditar nela como oportunidade de amadurecimento, transformação e prazer a cada ciclo que se vivencia. Parabéns a ABENFO-BA pela realização de um evento sumariamente importante para o fortalecimento das políticas de saúde e fortalecimento da enfermagem.
domingo, 3 de junho de 2012
Como prevenir as dores nos seios durante a amamentação
Dor e desconforto são as principais oposições de mães de filhos pequenos que estão na fase da amamentação. As reclamações acontecem porque os bebês costumam morder os seios ao invés de apenas sugá-los. Os dentes que saem primeiro são os de baixo. Nesse período, ele ainda não incomoda tanto a mamãe. O incômodo começa mesmo entre os oito meses e o primeiro ano de vida da criança, quando então ela apresenta quatro dentinhos em cima e outros quatro na parte inferior.
A vantagem é que nessa época o bebê já pode almoçar e jantar. Se for muito doloroso para a mãe, ela pode, por exemplo, descartar a mamada da tarde e substituir o leite por um mingau. Isso acontece porque o bebê ou está muito ansioso, achando que aquela mamada é a última da sua vida, ou então, porque, já está satisfeito com a quantidade de leite recebida. Se a mulher achar que o filho ainda não está saciado, pode esperar uns 15 minutos para voltar a amamentar.
Existem técnicas de prevenção “antimordidas” que ajudam bem nessas horas de desconforto. A primeira, é que mãe massageie as gengivas do bebê com o dedo antes de alimentá-lo. Dessa forma ele fica mais relaxado. Outro truque é o uso daquelas massinhas que os dentistas usam para proteger o aparelho ortodôntico da mucosa. E por fim, não deixar que a criança fique com tanta fome, pois isso causa muita ansiedade nela.
Há casos em que a mãe deixa de amamentar o filho por causa das fortes dores que sente, mesmo sabendo dos benefícios e a importância do leite materno para a criança. A amamentação tem que ser prazerosa para os dois. Se ele está mordendo, alguma coisa de errado tem, porque o ideal é ele sugar. Em alguns casos, o bebê até sente as situações do ambiente familiar. Se a mamãe não está legal com o papai, se o ambiente em casa é tenso...
Outra dica interessante é ter mordedores em casa. Eles ajudam a tranquilizar os bebês. A dendição da criança é um processo delicado e muitas vezes irritante para eles. Isso porque a produção começa embaixo da gengiva, já no segundo, terceiro mês de vida. É quando também eles sentem muitas coceiras, o que justifica as centenas de vezes que levam as mãozinhas e os objetos à boca.
Contudo, não esqueçam: até o seis meses o aleitamento deve ser exclusivo para garantir uma melhor saúde para seu filho. Papinhas, frutas, água e chás só depois desse período e ainda de maneira gradativa, alternando com as mamadas.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Sobre Versão Cefálica Externa (VCE)
Por Melânia Amorim*
Cerca de 3% dos bebês chegam ao termo em apresentação pélvica. Embora o parto normal seja possível nesses casos, há um aumento do risco relativo de morbidade e mortalidade perinatal e o prognóstico dos bebês pélvicos, independente da via de parto, é ligeiramente pior do que o de bebês cefálicos. Na revisão sistemática da Cochrane sobre cesariana vs. parto vaginal programado para os casos de apresentação pélvica, a mortalidade perinatal foi de 0,26% e 1,15%, respectivamente.
Tentando prevenir o nascimento de um bebê em apresentação pélvica, várias alternativas têm sido propostas, desde medidas posturais (exercícios), uso de moxabustão, acupuntura e a versão cefálica externa (VCE).
A versão cefálica externa consiste na manobra de reposicionar o bebê que se encontra em apresentação pélvica, "virando-o" dentro da barriga através de movimentos manuais combinados com pressão no abdome materno. Era um procedimento relativamente comum na Obstetrícia do passado, mas durante as décadas de 70/80 sua popularidade caiu muito entre os obstetras, devido a alguns relatos e séries de caso demonstrando efeitos adversos. É por isso que muitos obstetras, ainda hoje, condenam o procedimento.
No entanto, estudos mais recentes, a partir da década de 90, têm demonstrado as vantagens do procedimento, desde que realizado por pessoas experientes, com avaliação ultrassonográfica prévia, sugerindo-se o uso prévio de tocolíticos (drogas para diminuir a contratilidade uterina) e a monitoração da vitalidade fetal depois do procedimento. Uma revisão de 44 estudos com 7377 pacientes que se submeteram a uma tentativa de VCE evidenciou que a a complicação mais frequentemente relatada foi alteração transitória da frequência cardíaca fetal (em torno de 6%). Complicações menos frequentes foram sangramento vaginal (0,5%), descolamento prematuro da placenta (0,1), cesariana de emergência (0,4%) e mortalidade perinatal (0,16%) (Collaris 2004). Devido ao risco de isoimunização Rh, a profilaxia com imunoglobulina anti-D é recomendada para gestantes Rh-negativas que se submetem ao procedimento.
Duas revisões sistemáticas da Biblioteca Cochrane estão disponíveis abordando a VCE no termo e pré-termo. Na primeira revisão (2009), foram incluídos sete estudos, com 1245 mulheres. Observou-se uma redução significativa dos nascimentos não cefálicos (RR=0,46; IC 95%=0,31 - 0,66) e de operação cesariana (RR=0,63; IC 95% = 0,44 - 0,90), sem diferença significativa nos escores de Apgar, pH do sangue do cordão, admissão em UTI e morte perinatal. A taxa de cesariana foi de 19,4% no grupo submetido a versão e de 29,6% no grupo não submetido ao procedimento.
Chama a atenção que a taxa de cesariana, apesar de se reduzir significativamente com a VCE, ainda persiste relativamente elevada (em torno de 20%) em mulheres submetidas a VCE bem sucedida, quando comparadas com mulheres com bebês em apresentação cefálica espontânea (taxa de cesárea em torno de 6%) em diversos estudos, sugerindo que alguma sutil anormalidade subjacente, do concepto, do cordão ou da anatomia pélvica podem estar associadas à apresentação pélvica persistente no termo. No entanto, como os grandes estudos observacionais sugerem que complicações do procedimento são raras e que a VCE reduz tanto a chance de nascimento não cefálico como de cesariana, os autores da revisão Cochrane sugerem que há fortes razões para o uso clínico da VCE a termo, com as devidas precauções, em qualquer mulher para quem a chance aumentada de um nascimento cefálico supera os riscos do procedimento.
Em outra RS Cochrane avaliando os efeitos da VCE pré-termo (antes de 37 semanas), comparou-se uma política de VCE iniciando-se entre 34 e 35 semanas com a não-realização de VCE ou VCE a termo. Comparada com nenhuma tentativa de VCE, VCE antes do termo reduz o risco de nascimentos não-cefálicos. Comparada com a VCE a termo, iniciar VCE entre 34 e 35 semanas parece ter algum benefício em termos de reduzir a taxa de apresentação não cefálica e cesariana. No entanto, como a metodologia dos estudos incluídos variou bastante e os dados foram insuficientes para avaliar complicações, os autores sugerem que, apesar de essas evidências serem promissoras, não são adequadas para apoiar uma política de iniciar VCE antes do termo. Como os resultados da VCE a termo já estão bem estabelecidos, até que novas pesquisas forneçam evidências mais conclusivas em torno da segurança da VCE antes do termo, recomenda-se que o procedimento seja oferecido depois de 37 semanas de gravidez para mulheres com feto único em apresentação pélvica e sem contraindicações.
As contraindicações para VCE são: gravidez múltipla, malformações fetais graves, vitalidade fetal comprometida ou morte fetal, outra indicação de cesárea independente da apresentação (p.ex. placenta prévia) e membranas rotas. Contraindicações relativas incluem cesárea anterior, restrição do crescimento fetal e sangramento uterino, porém as evidências não são suficientes para proibir a versão nesses casos.
O procedimento para versão cefálica externa é relativamente simples, e pode ou não ser monitorado por ultrassonografia. Alguns métodos podem ser utilizados para aumentar a chance de sucesso da versão, mas o mais comum e que oferece bons resultados é o uso de terbutalina (250mcg SC 15 a 30 minutos antes do procedimento) para diminuir a contratilidade uterina. Quando uma primeira tentativa de versão falha, mesmo com terbutalina, recomenda-se repetir o procedimento sob anestesia raquidiana, que promove o relaxamento da parede abdominal e aumenta as chances de sucesso.
Várias organizações recomendam que a VCE seja oferecida a todas as mulheres com apresentação pélvica a termo, como por exemplo o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), a Royal Dutch Organization for Midwives (KNOV) e a Dutch Society for Obstetrics and Gynaecology (NVOG).
Em suma, apesar de alguns obstetras ainda acreditarem que o procedimento é obsoleto e não deve mais ser adotado, todo um corpo de evidências nos últimos 20 anos tem demonstrado o contrário. A versão cefálica externa deve ser incorporada à prática obstétrica, uma vez que reduz expressivamente tanto os nascimentos não cefálicos como as taxas de cesariana. Em uma época em que muitos obstetras perderam a habilidade de conduzir adequadamente partos pélvicos, a VCE surge como uma alternativa atraente e segura para mulheres com bebês em apresentação pélvica que querem ter parto normal, mas não estão seguras ou não encontram obstetras dispostos a prestar assistência ao parto pélvico.
* Melania Amorim, MD, PhD Currículo Lattes Médica formada pela UFPB Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo IMIP Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO Mestre em Saúde Materno-Infantil pelo IMIP Doutora em Tocoginecologia pela UNICAMP Pós-doutora em Tocoginecologia pela UNICAMP Pós-doutora em Saúde Reprodutiva pela OMS Professora de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG Professora da Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil do IMIP Colaboradora da OMS e revisora da Biblioteca Cochrane.
Parto na água: tabus e fatos.
O parto na água ainda é um grande tabu para a maioria dos médicos e maternidades do Brasil. Por ser uma alternativa pouco conhecida por aqui, costumar estar envolta numa aura de mistério e cercada de mitos sem nenhum fundamento científico. Conheça alguns deles.
Mito nº 1 – O bebê pode se afogar.
Não é verdade. O bebê está imerso em líquido no interior do útero. Quando o parto acontece dentro d’água, ele passa suavemente de um meio líquido para outro. No tempo em que está submerso, que se resume a alguns instantes, o recém-nascido continua recebendo oxigênio por meio do cordão umbilical. Logo após o nascimento, o médico, a parteira ou a própria mãe o trazem à superfície. O contato com o ar dispara o primeiro choro. Só então seus pulmões começam a funcionar.
Mito nº 2 – Não há estrutura para esse tipo de parto nas maternidades brasileiras.
Desculpa esfarrapada. O que falta no Brasil são médicos que saibam acompanhar esse tipo de parto. Mesmo porque não há necessidade de estrutura especial. Mundialmente conhecido por sua atuação em prol da humanização da assistência ao parto e autor de vários livros sobre o tema, o obstetra francês Michel Odent introduziu o uso da água no trabalho de parto para atender a um desejo recorrente das mulheres que davam à luz na maternidade pública de Pithiviers, na França, onde era diretor. Odent e sua equipe começaram a realizar partos na água de maneira provisória, numa piscina de plástico. Somente depois foi instalada uma banheira redonda, grande, embutida no chão. No Brasil, muitos partos domiciliares acontecem em banheiras infláveis próprias para essa finalidade, como a La Bassine, da marca inglesa Made in Water, ou de forma improvisada, em qualquer piscina infantil.
Mito nº 3 – Há risco de contaminação, pois as banheiras não são higienizadas adequadamente.
Embora seja um discurso comum, a contaminação não encontra respaldo na realidade. No livro O renascimento do parto, Michel Odent relata que nunca se deparou com infecções ou complicações associadas ao parto dentro d’água em sua experiência à frente da maternidade de Pithiviers. “Os germes perigosos não estão na água de torneira. A mãe e o bebê, que partilham dos mesmos anticorpos, têm uma resistência especial aos germes que circundam o corpo da mãe”, escreveu o obstetra em Água e sexualidade.
Se você pensa em ter um parto na água, é importante considerar o seguinte:
1. Pouquíssimos profissionais oferecem esse tipo de assistência no Brasil, ainda restrito aos médicos e enfermeiras que seguem a linha humanizada. Quando questionados sobre essa possibilidade, os obstetras convencionais costumam desencorajar ou mesmo ridicularizar essa prática, ainda que com base em crenças e argumentos questionáveis.
2. O uso da água no trabalho de parto não combina com o pacote de intervenções presentes no parto normal hospitalar padrão, como administração de sorinho (ocitocina sintética), o monitoramento fetal eletrônico contínuo (cardiotocografia), a anestesia e a episiotomia. Se o profissional afirmar que faz parto na água e ao mesmo tempo demonstrar que não abre mão desses procedimentos de rotina, há algo errado em seu discurso.
3. A maioria dos hospitais brasileiros não aceita o parto na água. O fato de dispor de suíte de parto normal com banheira não significa que você possa ter o bebê dentro d’água.
4. O melhor é encarar o parto na água como uma possibilidade, não um objetivo: há mulheres que têm esse sonho e, quando chega a hora, não se sentem confortáveis para dar à luz no meio líquido. “A atração pela água durante o trabalho de parto varia consideravelmente de uma mulher para outra e não pode ser medida nem prognosticada. Não há nenhum paralelo com a atração pela água na vida diária”, ensina o obstetra francês Michel Odent no livro Água e sexualidade, leitura fundamental para quem se interessa pelo assunto.
2. O uso da água no trabalho de parto não combina com o pacote de intervenções presentes no parto normal hospitalar padrão, como administração de sorinho (ocitocina sintética), o monitoramento fetal eletrônico contínuo (cardiotocografia), a anestesia e a episiotomia. Se o profissional afirmar que faz parto na água e ao mesmo tempo demonstrar que não abre mão desses procedimentos de rotina, há algo errado em seu discurso.
3. A maioria dos hospitais brasileiros não aceita o parto na água. O fato de dispor de suíte de parto normal com banheira não significa que você possa ter o bebê dentro d’água.
4. O melhor é encarar o parto na água como uma possibilidade, não um objetivo: há mulheres que têm esse sonho e, quando chega a hora, não se sentem confortáveis para dar à luz no meio líquido. “A atração pela água durante o trabalho de parto varia consideravelmente de uma mulher para outra e não pode ser medida nem prognosticada. Não há nenhum paralelo com a atração pela água na vida diária”, ensina o obstetra francês Michel Odent no livro Água e sexualidade, leitura fundamental para quem se interessa pelo assunto.
terça-feira, 1 de maio de 2012
Homens também podem ter depressão pós-parto.
Pode parecer estranho, mas uma pesquisa realizada na Austrália acaba de revelar que homens também podem sofrer de depressão pós-parto. “O estudo mostra que os pais estão vulneráveis, pois sofrem com a privação de sono, a perda de autonomia e as novas responsabilidades”, disse o co-autor do estudo Jan Nicholson ao jornal britânico “The Telegraph”, sobre os efeitos da chegada de um bebê à família.
Ainda de acordo com a análise, pais jovens tendem a apresentar mais o problema: homens com 30 anos ou menos apresentam cerca de 40% de chances de passar por essa instabilidade. “Precisamos detectar esses indivíduos e tratar o mais cedo possível, porque sabemos que distúrbios mentais são mais difíceis de tratar depois de um tempo prolongado”, afirmou o estudioso.
Nicholson e sua equipe estudaram pais com filhos entre três e 12 meses, dois e três anos e quatro e cinco anos e concluíram que cerca de 9,7% dos homens sofre de depressão pós parto no ano inicial de vida do filho, enquanto 9,4% das australianas apresentam o problema.
sábado, 21 de abril de 2012
Conheça as vacinas que devem ser tomadas na gravidez
Durante a gestação, a mulher vive um momento especial e delicado que exige cuidados especiais com a saúde e alimentação. No quesito saúde, uma grande dúvida é quanto às vacinas que podem ou não ser tomadas neste período.
Segundo o obstetra e ginecologista Dr. Domingos Mantelli, as vacinas devem ser aplicadas antes do início da gestação, para não prejudicar mãe e filhos. “As mulheres em idade fértil e que desejam engravidar devem preparar o corpo para a chegada dos bebês”, diz o médico. Mas e quando a gravidez não é planejada? De acordo com as normas de Assistência Pré-Natal, do Ministério da Saúde, a única vacina recomendada para todas as gestantes é a dupla tipo adulto (dT), que visa imunizar contra o tétano e difteria.
Somente com recomendação dos médicos
Em casos de risco, também podem ser recomendadas as vacinas contra Febre Amarela e Hepatite B, para impedir a contaminação das crianças e danos após o nascimento. “As vacinas que não utilizam vírus vivos podem ser ministradas em grávidas, sempre no primeiro trimestre de gestação, para não comprometer a saúde do feto. Mas só devem ser aplicadas com o conhecimento do obstetra”, diz o Dr. Mantelli.
Em casos de risco, também podem ser recomendadas as vacinas contra Febre Amarela e Hepatite B, para impedir a contaminação das crianças e danos após o nascimento. “As vacinas que não utilizam vírus vivos podem ser ministradas em grávidas, sempre no primeiro trimestre de gestação, para não comprometer a saúde do feto. Mas só devem ser aplicadas com o conhecimento do obstetra”, diz o Dr. Mantelli.
A partir do segundo trimestre de gravidez são aceitas as vacinas contra a gripe, por diminuírem as chances de pneumonia nas mães. A Pneumocócica 23 valente, por exemplo, é indicada para mulheres com doenças crônicas no coração, rins e portadoras de diabetes e doenças imunológicas. A vacina contra a hepatite A, por sua vez, deve ser aplicada antes da gravidez apenas em futuras mamães suscetíveis a doença.
Danos à saúde das crianças
É importante saber quais vacinas não devem ser aplicadas para evitar riscos à saúde do bebê. De acordo com o médico, as composições abaixo não devem ser aplicadas em hipótese alguma:
- Contra a rubéola, sarampo, caxumba, HPV, rotavírus, porque contém vírus vivos, capazes de atacar os bebês e prejudicar a formação do feto;
- A tríplice viral, que previne o sarampo, caxumba e rubéola são terminantemente proibidas para as grávidas, porque podem acarretar problemas cardíacos e neurológicos para o bebê;
É importante saber quais vacinas não devem ser aplicadas para evitar riscos à saúde do bebê. De acordo com o médico, as composições abaixo não devem ser aplicadas em hipótese alguma:
- Contra a rubéola, sarampo, caxumba, HPV, rotavírus, porque contém vírus vivos, capazes de atacar os bebês e prejudicar a formação do feto;
- A tríplice viral, que previne o sarampo, caxumba e rubéola são terminantemente proibidas para as grávidas, porque podem acarretar problemas cardíacos e neurológicos para o bebê;
Por conta desses e outros cuidados, o Dr. Domingos Mantelli, reforça a necessidade de um pré-natal sério. “Consulte o profissional médico ou enfermeiro sempre que tiver dúvidas em relação a tratamentos e prevenção de doenças”, aconselha.
Quer acabar com o mal estar da gravidez? A acupuntura pode ser a solução.
Os incômodos nas costas, as dores de cabeça e enjoos intermináveis comuns na gravidez podem ser amenizados por meio de agulhas aplicadas em pontos certos do corpo. Segundo o médico acupunturista Dr. Leandro Yoshimura, a prática é recomendada às gestantes por não apresentar efeitos colaterais para mães e bebês, já que na gestação diversas medicações são proibidas por conta desses efeitos. “As agulhas trabalham diretamente no sistema nervoso, causando efeito analgésico e antiinflamatório local, relaxando a musculatura, além de diminuir a ansiedade, contribuindo para uma gestação tranquila”, explica.
Segundo o especialista, a prática também pode controlar os enjoos, a azia, a insônia, as dores lombares, a ansiedade e o estresse, sintomas enfrentados por diversas mulheres nesta fase.
Todas podem fazer
“Não há contra indicações para o uso durante a gestação”, afirma o Dr. Yoshimura. Ele diz ainda que a terapia também é indicada para quem deseja engravidar e enfrenta dificuldades, já que algumas vezes o problema está relacionado ao fator emocional. “A acupuntura atua através da liberação de moléculas neurotransmissoras como a serotonina e beta-endorfina, cujo aumento esta relacionado ao bem estar. Assim há um controle da ansiedade, uma diminuição do estresse e um bem estar geral, sem nenhum efeito colateral”, explica ele.
O especialista frisa, contudo, que é importante procurar o correto diagnóstico do motivo de infertilidade, visto que as principais causas não estão relacionadas à ansiedade e que a acupuntura não surge como um método curativo e sim como coadjuvante.
sábado, 24 de março de 2012
Manual da Experiência

Cuidar do recém-nascido para uma mãe de primeira viagem pode ser uma tarefa complexa. Eles não chegam com um manual de instruções e é comum muitas mães se sentirem um pouco inseguras com tantas novidades. A seguir algumas mulheres dão dicas preciosas a partir das suas próprias experiências de cuidado com seus filhos. Os depoimentos de Ana Helena Passos, 32 anos, pesquisadora social, mãe de Luana, 29 dias; Paula Marcondes, 35 anos, jornalista, mãe de Caio, 3 meses; e Vanessa Watanabe, 26 anos, representante comercial, mãe de Lucas, 2 meses. Em destaque, algumas dicas que fui aprendendo nos livros, no cotidiano e nas conversas com mamães experientes, tias e avós.
BANHO DE SOL
Ana Helena Passos
Uma lição que já aprendi nesse pouco tempo de vida da Luana. Algumas regras são feitas para serem quebradas. A maioria dos pediatras afirma que os bebês só devem tomar banho de sol após o primeiro mês para não correr o risco de contrair afecções. Com Luana é diferente, pois ela teve icterícia e o banho de sol diário foi ótimo para ela.
A criança só deve ser levada para tomar banho de sol fora de casa quando deixar de ser recém-nascido, ou seja, após 28 dias. Até lá, o melhor eh fazê-lo em casa. O banho de sol deve ocorrer antes das 10h por períodos curtos e aumentar progressivamente até chegar aos 20 minutos. Evite levar o bebê a lugares com muita gente e fechado.
Dou uma volta no quarteirão da minha rua até às 8:30 ou 9h, se a temperatura não estiver muito quente. Durante a manhã ela vai protegida no carrinho. Quando a caminhada acontece a tarde, depois das 17h, uso o SLING para aconchegá-la no meu colo e protegê-la do vento e do frio. Sempre observo as reações dela para saber se está bem. Fico atenta com os barulhos da rua, de automóveis ou pessoas falando alto. Mas já aprendi: se não choram é porque não estão sendo incomodados. Basta perceber seu bebê. CÓLICA
Vanessa Watanabe
Diferente de outros bebês, em que as dores geralmente aparecem no fim da tarde, com meu filho era o dia inteiro. No início era só durante o dia. Depois se estendia até a noite. Na maioria das vezes, eu não conseguia fazer nada.
Vale a regra do três. As cólicas começam com três semanas de vida, duram pelo menos três horas, três vezes na semana e desaparecem aos três meses de idade. Geralmente ocorrem entre 18 e 23h. Vale a pena fazer massagem no sentido horário, dobrar levemente as pernas para ajudar a eliminar gases ou colocar o bebê de bruços no seu peito para manter a barriga aquecida. Se isso não resolver, procure o pediatra.
O que deu certo
Sempre tive em mente que segurança para o recém-nascido significa carinho, acalento, colo. Fazer um aconchego, abraçá-lo numa posição que o deixe confortável e exercendo uma leve pressão sobre seu corpo fará o bebê se acalmar, essa manobra chamamos de holding. Não me importava em ficar horas como Lucas nos braços. Muitas vezes ele adormecia em meu colo enquanto as dores diminuíam.
Abraçar seu filho na hora em que ele sente dor não só dá segurança, como ajuda a mandá-la embora. Se você deitar a criança de forma que a barriga dela encoste na sua, o calor do seu corpo manterá a barriguinha do bebê aquecida e aliviará a dor.
Banhos calmantes também ajudam. Durante o banho eu colocava ele de bruços e, enquanto ele mexia as perninhas, ia liberando os gases e aliviando as dores. Muitas vezes isso acontecia antes de dormir. Outra diga era despejar na água da banheira uma xícara de chá de erva doce com camomila. A inalação do vapor deixava Lucas mais calmo.
BANHO
Ana Helena Passos
Já que sou destra, uso a mão esquerda para segurar a Luana. Com a direita jogo água em seu corpo, passo sabonete, lavo e enxáguo os cabelos. Percebi que preciso deixar tudo à mão, próximo da mão direita. Me senti mais segura assim.
Não há mistério nesse hábito de higiene. A mãe não pode ter medo de cair agua no ouvido ou de molhar o umbigo. Se molhar, basta secar bem quando sair do banho. Não há regras para segurar a criança. A mãe deve encontrar a melhor prosição para ela e o bebê e banhar seu bebê com tranquilidade e menos ansiedade. Ela precisa está atenta a temperatura da água. Para ver se está suportável, ele deve checar antes de colocar a criança, colocando o cotovelo na água.
Antes de começar o banho é importante o preparo do quarto. Uns 10 minutos antes, já coloco Luana no sling. Enquanto arrumo tudo, ela continua quieta no meu colo. Fecho portas e janelas e deixo todo material e kit de roupa já separado. O cuidado com o ambiente é muito importante. É preciso que o lugar esteja com pouca lumonosidade, livre de ruídos para que ele sinta-se confortável.
Encho a banheira e checo a temperatura com o cotovelo. Se estiver suportável para mim, estará para ela. Tiro suas roupas e dou o banho, cerca de 20 minutos. Assim que a enxugo, coloco as meias nos pés, para mante-los aquecidos. Primeiro o body/macacã, para proteger peito e costas, na sequencia a fralda, e por fim, a calça, se estiver frio.
Após o banho, o coto umbilical deve ser bem seco. Ele deve ser limpo apenas com algodão com alcool à 70% a cada troca de fralda. A região do umbigo deve estar sempre limpa, seca e arejada para que a queda ocorra nos primeiros 15 dias sem feridas ou inflamãções.
TROCA DE FRALDAS
Ana Helena Passos
Costumo trocar as fraldas a cada duas mamadas. A regra muda se ela fizer cocô. Aí tem trocar na hora, para a criança não ficar com a pele irritada. Se estou limpando uma fralda que só tem xixi, limpo com algodão com água morna e seco bem. Quando ela faz cocô, a limpeza é do mesmo jeito, mas após secar eu passo uma pomada para assaduras. Para ter água sempre quente, mantenho uma garrafa de água térmica no trocador. Os lenços umidecidos só uso quando saio de casa.
Quem tem menino já deve ter levado um banho de xixi na hora da troca de fralda. Aprendi um truque ótimo. Antes de troca por outra fralda limpa, coloco três gotas de água no pênis do Caio e espero alguns segundos. É infalível, ele faz xixi e eu não sou pega de surpresa. Já estou com uma fralda de pano para aparar o xixi.
Literatura de apoio: Revista mulher e mãe nº11. Tv mulher e mãe. São Paulo. 2011
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Chá de bençãos
Elas não precisam ser profissionais da saúde, especialistas ou bacharéis em obstetrícia. Elas nem precisariam ser fundamental/excludentemente mulheres. O requisito é apenas que sejam capazes de "parar o mundo" para celebrar o sagrado feminino. Uma barriga imensa, dois corações - um deles ansioso com a espera mais divina, brilhante. Coragem, calma e amor. Abertura para o novo iminente.
"Será que é hoje?" Relaxamento e espera pelo início do trabalho de parto: dias muito especiais! |
Os últimos dias de barriga geralmente acometem as mulheres de muita ansiedade, que às vezes torna-se até mesmo angustiante. Afinal, vivemos em um país que tem o desrespeito, a pressa e a intervenção, como padrão de acolhimento nas maternidades. Outra característica marcante é o não-compromisso com a integridade física das mulheres e dos bebês. Um corte aqui, outro acolá. Mas tudo tão rápido, e tão profunda e sinceramente feliz quando o bebê está bem, que tod@s pensamos que estes pontos estão, em alguma medida, ok. Sobrevivemos. E de volta à nossa casa, de onde talvez pudéssemos nunca ter saído, cicatrizamos nossas feridas.
Como é possível, diante deste nosso cenário, esperar pelo início de trabalho de parto espontâneo, com serenidade, segurança e felicidade pelas inúmeras escolhas que somamos ao longo de 40 semanas?
Para muitas de nós, é um repertório de muita luta - o médico privado, os profissionais do serviço público, a família, a mídia, parece que o mundo todo atenta-se apenas para os "perigos do parto normal". E vai explicar que não é esse tipo de parto normal que a gente fala que é lindo e prazeroso.... Como é difícil mudar a posição de uma mulher, evitar um corte cirúrgico tão didático, perder o controle da dinâmica dos fatos e deixá-la livre para se movimentar no momento do expulsivo!
É mesmo muito difícil. E são poucas as redes de apoio verdadeiro para as mulheres que querem um parto ativo, sem cortes e intervenções desnecessárias, em casa ou no hospital, na água ou no chão. Mas as que existem são muito poderosas - quem já esteve numa roda de mulheres sábias, conhece a delícia que é parar o mundo para celebrar o sagrado feminino.
Então, o convite hoje é abrir-se para um nova experiência, o Chá de Bençãos. São práticas já consolidadas em algumas cidades do país, promovidas, entre outros, pelos grupos de apoio ao parto e à gestante Ishtar (em vários estados) e a Roda Bem-Nascer (Belo Horizonte, MG).
Vejam como Kalu Brum, co-editora do Blog Mamíferas, descreve o chá:
"O evento é uma delícia: mães com filhos grandes, pequenos, recém nascidos, barrigudas se reúnem e levam uma contribuição para o lanche comunitário, assim como ervas para um escalda pés. Enquanto algumas correm atrás dos filhotes, outras amamentam, as barrigudas se agrupam. E ali, mulheres com boas experiências de parto e maternagem escutam histórias, inspiram-se em caminhos de outras mulheres para encontrarem sua própria maneira de maternar.
Às vezes uma ou mais gestantes se reúnem no mesmo chá de bençãos. Enquanto seus pés estão imersos em bacias com ervas e água quente, doulas e mães conversam sobre o parto, tiram dúvida, criam relação com a gestante. Os papais também participam e se tranquilizam tendo nas mãos mais informações sobre a bendita hora. E nesse encontro se estabelece uma verdadeira corrente positiva.
Depois do escalda pés, procuramos um local mais tranquilo para as bençãos. Todos fecham os olhos e Geo conduz em uma vizualização focando, principalmente, na idealização do parto perfeito e a chegada tranquila da nova vida no planeta. Cada uma das mulheres presentes envia suas bençãos, verdadeiras intenções que são pérolas, repletas de emoção.
Conto hoje sobre este evento para inspirar que você possa fazer o mesmo em um chá de bebê ou em um encontro bacana com amigas. Ao invés de brincadeiras bobas ou presentes sem significado, um chá de bençãos, com histórias positivas, com a vizualização do parto, a dissolução de mitos e medos pode ajudar muito no pré e pós parto.
Neste momento de fragilidade e força, com outras mulheres, nos sentimos poderosas e amparadas. Realmente é uma delícia. Fica aqui a idéia para você levar para os quatro cantos deste Brasil e do mundo."
E o relato de uma mãe:
E o relato de uma mãe:
"Foi muito importante pra mim ouvir cada bênção, cada uma ficou gravada em minha mente e coração e já estão servindo de um suporte tremendo nessa grande etapa. Obrigada! Muito obrigada por compartilharem seu amor e força. Por me transmitirem tanta confiança, segurança e me empoderarem para este momento único.", declarou Aline.
Fonte: Chá de Bençãos
* Texto disponível em: http://partonobrasil.blogspot.com/search/label/Empoderamento
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